Filósofos e cientistas, aqueles que crêem, bem como os ateus, por muito tempo tem se perguntado: “Estamos sós no Universo?”
Mas o teólogo Robin Lovin sabe o que diria para as pessoas que estão
imaginando como receber a notícia sobre a existência de extraterrestres.
“Esta descoberta é um lembrete do que todos nós deveríamos saber o tempo todo“, disse o Sr. Lovin, diretor de pesquisa do Centro para Investigação Teológica em Princeton, Nova Jersey. “Deus está fazendo coisas em lugares onde nossas mentes não têm sido capazes de ir.”
Lovin compartilhou esta mensagem com uma audiência no Centro John W.
Kluge, da Biblioteca do Congresso (EUA), durante um painel de discussão
para considerar o impacto da vida alienígena inteligente na religião.
“Eu acho que é muito importante que as comunidades religiosas
enderecem de forma proativa estas questões e se mostrem preocupadas
sobre estes assuntos“, disse ele. “Devido ao fato das pessoas
estarem levantando estas questões, e eu acho que elas querem vê-las como
perguntas morais e espirituais, que não é somente uma questão sobre
biologia, mas uma questão sobre eles mesmos.”
O Universo é um lugar enorme, muito vasto para vida não existir em
outros lugares, disse Steven Dick, diretor de astrobiologia da
Biblioteca do Congresso.
“Eu acho que o princípio fundamental é, as leis da física e a biologia são universais“, disse Dick. “O
que aconteceu aqui é provável que aconteceu lá fora. A ideia da vida
lá fora está muito na vanguarda. A questão é, quais são as implicações
disso?”
Apesar da preocupação inicial de que algumas pessoas de fé sofreriam
uma crise de fé se a vida em outros planetas fosse descoberta, estudos
têm mostrado que este provavelmente não seria o caso, disse Lovin.
Em 2008, Ted Peters, professor de pesquisa do Systematic Theology – Pacific Lutheran Theological Seminary
entrevistou 1.325 pessoas de várias religiões, perguntando uma série de
questões relacionadas aos seus credos e uma crise de fé quanto a um
anúncio hipotético de que a vida extraterrestre teria sido descoberta.
Citando esse estudo, Peters disse que a mensagem que recebeu dos
respondentes é a de que as pessoas que pertencem às religiões
tradicionais “irão ficar bem” se a vida alienígena for anunciada.
“Recebi comentários tais como ‘A Terra é tão pequena, Deus é tão grande, esperaríamos ter vizinhos no espaço’ “, disse Peters. “Minha favorita citação foi ‘Eu compartilharia um banco de igreja com um alienígena em qualquer dia’ “.
Albert Harrison, um psicólogo social e professor emérito da
Universidade da Califórnia-Davis, disse também não estar surpreso pela
resiliência da religião.
“A religião tem estado ao nosso redor por um longo tempo“, disse ele. “A
religião, na maioria dos casos, se provou adaptativa. Eu acho que ela é
uma coisa importante para manter em mente, embora alguns cientistas
ataquem a religião. Ela fornece uma tremenda fonte de apoio e consolo
para as pessoas, particularmente quando se lida com o desconhecido.
Simplesmente não compro a ideia de que as pessoas irão se assustar e
entrar em pânico.”
Isso não quer dizer que todas as pessoas que se consideram religiosas iriam abraçar a ideia de um vizinho cósmico.
“A descoberta é um processo estendido“, disse Dick. “Cada um desses estágios pode durar semanas, meses, anos, décadas. Não há dúvida que haverá algumas pessoas que irão negá-la.”
Humanos fazendo um encontro imediato do terceiro grau pode ainda
estar longe no futuro, mas os especialistas disseram que a oportunidade
está muito próxima para os humanos deixarem suas marcas em outros
planetas.
“Não teríamos necessariamente que ter comunicação [com outra forma de vida] antes de termos um impacto“, disse Dick. “Eu acho que precisamos ser proativos. Não podemos esperar até que um evento aconteça.”
Harrison e Peters disseram que as políticas da exploração do espaço e
do assentamento planetário é onde os teólogos podem fazer um impacto.
“À medida que movemos em direção a outros planetas, que direito temos de alterar a paisagem marciana?“, perguntou Harrison. “Seria OK se formos em frente e criarmos uma base, gerarmos uma atmosfera artificial e realmente mudarmos as condições de lá?”
Peters disse que os estudiosos religiosos também poderiam olhar para a santidade da vida em outros planetas.
“A vida possui um valor intrínseco?“, disse Peters. “Se
encontrarmos vida microbiana em Marte, temos a obrigação moral de
proteger a biosfera? Precisamos perguntar se deveríamos proteger o
ambiente de vida dentro e fora da Terra. Não há um consenso ainda, mas
isso será algo importante.”
Fonte: www.washingtontimes.com
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